segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Senhorita Hilário...


Rebelião nos pavilhões da minha alma...

Colchões pegam fogo

Explode os sentimentos no vazio infinito

A confusão se expande.


Toque-me!

Sinta a minha febre

Uma multidão de sensações...

Histeria pelas minhas veias


Uma guerra civil aqui dentro

A loucura inflamada disputa

os meus nervos com a razão.


Minha alegria defende o coração

dos ataques sucessivos da melancolia...


Sono e fome...

Sede e cansaço.

Canhões explodem pelos meus ouvidos,

Batalhas sangrentas pela minha consciência


A culpa cria campos de concentração

Inocência escravizada!

Sonhos enterrados vivos!

Meu corpo pega fogo e arde pelas ruas


Tropeçando no meu próprio desespero

Encontro os teus olhos de lagoa azul

e mergulho nas águas profundas dos teus beijos

e na paz do sorriso com minutos de alívio


Deito na praia da sua alma

e deixo a sua onda me pegar

Adormeço nos seus braços

no torpor do seu perfume...


Os meus dedos caminham pela suas ruas,

pelas curvas, cabelos... pela pele!

No macio dos teus lábios,

te apertam! Expremem o seu colorido...


Dançamos sem música, voamos sem asas!

A lua é um abajur...

Flutuamos na ternura do momento

Prensados até meu coração bater dentro do seu peito...


Gibran Jordão

1:30 da madrugada.

12/02/2008

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Conselho geral para os amantes:

No dia a dia... Fique por perto mantendo a distância...

De vez em quando fique bem perto, quase dentro, por pouco tempo,
intenso como uma prensa... Por pouco tempo...


Às vezes fique longe, por um bom tempo...

Ficando longe... Fique perto de alguém e me deixe ficar também...

Fique perto quando estiver longe, eu também vou ficar...


E quando estiver voltando,

ligue dizendo que não vai mais voltar... Surpreenda-me!

E quando for sair, não avise que vai demorar...

Mas volte, quando eu estiver quase te esquecendo ou se eu te ligar...


Mas se eu te ligar, não atenda sempre e também não me ligue sempre...

Quando voltar... Fique por perto sem perder a noção da distância...

Se eu perder a noção... Reprienda-me!


Mesmo por perto, às vezes me deixe ficar perto de alguém...

Fique se quiser também... Se for assim, talvez dure um tempo!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008


A vida veste lama

A chuva caía sobre a igreja
E pelas escadarias escorriam
Os padres, as freiras, os santos...
As confissões e todos os pecados

A chuva caía pela rua
E entre o asfalto e as calçadas
Escorriam os mendigos, os pivetes,
As prostitutas, os ilegais, os informais e todo tipo de violência urbana...

A chuva caía sobre as casas legislativas
E pela tribuna escorriam a moral,
As propinas, o assédio sexual,
As promessas e a vergonha na cara...

A chuva caía sobre os salões de beleza,
E pelo espelho escorriam os alisamentos,
A maquiagem, os silicones, as cirurgias plásticas.
E todo tipo de superficialidade...

A chuva caía sobre as mansões
E pelos jardins escorriam
O mau cheiro da luxúria e da estupidez,
Que os perfumes franceses conseguem esconder...

A chuva caía na periferia
E no córrego escorriam
Os móveis, os eletrodomésticos,
As crianças, as verminoses, as zoonoses...

A vida se veste de lama
Quando chove ela escorre
E a realidade fica nua!


Gibran Jordão
03/01/2008
01:59 ( Madrugada)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008




Estaremos juntos!

Ofereço minha juventude
e os meus dentes pela nossa luta!
Virá o frio, a guerra, a fome... Virão as surras...
Estaremos juntos!

Mas não se enganem e não se esqueçam...
As batalhas sangrentas virão!
Companheiros vão cair, muitos vão chorar!
Estaremos juntos!

Não se iludam e nem se dispersem...
As balas virão de todos os lados!
Dos poderosos, dos amigos,
da família e dos “homens de bem...”

Teremos pesadelos!
Iremos fraquejar...
Vão querer pagar por nossa coragem
Vão querer nos convencer de que não vale a pena...

A dor virá!
As lágrimas, a ruptura, a saudade,
o sacrifício, a abnegação, a disciplina...
Serão agora, parte de nossa família!

Mas nosso barco seguirá em frente!
Com a coragem soprando nossas velas,
Enfrentando esse mar de intolerância, de injustiça,
De estupidez enlouquecida que há nos olhos dos senhores!

E virão vitórias!
Beberemos vinho com as taças do inimigo
Dançaremos ao som dos seus violinos
Tudo honestamente expropriado e dividido!

Estaremos juntos companheiro!

Gibran Jordão
02/01/2007
03:54( madrugada)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007




(Sem título)

Quase nunca sou inocente!
E tenho antecedentes criminais pesados
Não há advogados para mim
Eu sou culpado em todos os tribunais do estado!

Comecei roubando beijos( selinhos!)
Estive uma época envolvido com tráfico de galanteios baratos
Assaltei ilusões... Grilei almas... Subornei paixões
Sou acusado de roubo de cargas pesadas de carência ...

Sou também processado por sonegação de amor
Apesar de nunca terem provado
Bandidos também amam
E por falta de provas podem ser inocentes

Do que você me acusa meu amor
Eu não posso ser culpado
Porque não posso roubar a mim mesmo
Não posso roubar você de mim mesmo

Eu sei, sou um bandido ou um pirata!
Mas nunca saquearia o nosso abraço,
Os beijos, os segredos trocados,
Os encontros marcados e muito menos todos os orgasmos...

Não posso ser culpado
De furtar os nossos poucos minutos, as fotografias,
os poemas que te escrevi,
E o teu cheiro que ainda está em mim...

Não posso seqüestrar Nora Jones de nossa trilha sonora,
nem você da minha cama, da minha pele, da minha alma, de minha vida!
Não posso piratear a doçura que está em você e
que me alivia...

Dessa vez sou inocente!
Mas você crê se quiser...
Porque numa relação entre bandidos e piratas
O que vale... é a palavra!

Gibran Jordão
26/12/2007
05:05 da madrugada.

domingo, 23 de dezembro de 2007



ABRE ELA

Eu te vejo no topo da torre
Atrás de uma muralha de pedras
Protegida por guardiões armados
Pelas lanças e escudos dos dogmas instituídos

Eu te vejo na lua cheia
Tão distante aos toques dos meus dedos
Refletindo a luz de um sol
Que está do lado oposto do mundo que vivo

Eu te vejo num ninho!
De asas fortes, mas com medo de voar
Protegida por dragões que cospem fogo
Faminta pela vida...

Eu te vejo num presídio
Numa sela especial
Ou as vezes na solitária por opção
Sem direito a lhe visitar nos fins de semana

Eu te vejo nos sonhos breves e bonitos
Que acontecem somente uma vez por ano
E são interrompidos
Pelo despertador as sete da manhã em ponto

Eu te vejo de burca
Na faixa de gaza fugindo dos tiros
Por trás dos tanques, por trás dos gritos
E da fumaça do fogo das casas...

Eu te vejo no exame de sangue
Que me diz que estás dentro de mim
Como um virús que não posso ver
Pelas veias... No meu coração

Eu te vejo entre as cores de Van Gog
Emoudurada por traves de ouro
Vigiada por cameras e esquemas de segurança
Nas paredes dos grandes salões de arte

Eu te vejo no fundo da taça de vinho
Na última gota que não escorre pra boca
E não se alcança com a língua
A gota seca e eu me seco de vontade

Eu te vejo no poema que escrevo
Que escapole dos meus dedos
Para a folha de papel...
Traduzindo o quanto voce parece inatingivel!

Abre ela... Está trancada em outro mundo...

Gibran Jordão
23:50
29/09/2007



Transtorno Bipolar

Às vezes a minha alma é um hospício em guerra civil de baixo de uma tempestade ensurdecida de trovões!

Às vezes é um pequenino e sereno lago azul com arvores bem floridas, crianças alegres se refrescando em sua margem e gaivotas dando rasantes com o por do sol fortemente alaranjado refletido pra todos os lados pelo espelho d’água.

Às vezes minha alma é um poço fundo de trinta metros de escuridão...

Às vezes sou um foguete... Colorida e barulhenta como uma explosão de fogos de artifício! Iluminando a noite sendo a expressão concreta de alguém que está muito feliz!

Às vezes minha alma é um banheiro sujo de um bar mal falado, freqüentado por desertores e banidos de uma sociedade hipócrita...

Mas quase sempre eu não sei...
Na maior parte do tempo a minha alma está no limbo!
Entre o Lago azul e o banheiro sujo... Entre os trovões e os fogos coloridos...

Gibran Jordão
23/12/2007
20:10

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007




Adulto e etéreo!




Te dou a mão até virar um beijo


Um lábio risca o outro e pega fogo


A pele queima e aquece o coração




Você me abraça e conta o seu segredo


Faço café e cafuné com açúcar.


Eu te protejo e logo vem a solução.




A sua roupa escorre pelo corpo


E o teu corpo se desmancha nos meus braços


As unhas e os dentes fazem a demarcação




Te agarro pra dançar


Você me ensina os passos


Eu te aperto bem no meio da canção




Eu leio o texto


Você me lê através do que escrevo


E me ensina o que quer dizer a tradução




Bebemos vinho!


Se abre e chora


Me pede pra tocar o violão




Você sorri!


E escreve o meu poema no espelho


Eu te devoro até o ultimo pedaço de paixão!




Você foge e joga duro!


As faíscas escapolem dos seus nervos


Boca que provoca excitação...




O perigo é o abrigo


Na minha artéria eu te aplico!


Clandestina pelas ruas segurando a minha mão!




É proibido


A gente corre risco


Liberdade corre pelas veias, até chegar ao coração!

Com as pontas dos dedos

Depois de tudo e de tanto estarmos atracados e entrelaçados
Ela se deitou nua, atravessada por toda cama
Sentado ao seu lado, sobre o silencio que existe nas noites perfeitas
A única coisa que a tocava eram os meus dedos

Por de traz da orelha, roçando a nuca e se misturando entre os cabelos profundamente negros, esquiando pelas costas, contornando as pintas e fazendo leve cócegas, resvalando em suas nádegas, na fenda que as divide e por ali causando arrepios, deslizando em suas pernas, até ir parar nos pés... assim iam meus dedos, assim eu a observava com atenção, enquanto ela quase dormia curtindo o momento pós-gozo.

Das pontas dos dedos dos pés, retornava subindo as canelas, passando pelos joelhos, curtindo suas coxas, estimulando seus lábios baixos,alisando sua barriga, brincando com os seus seios, rodeando os seus mamilos, tocando carinhosamente seus pescoço, destacando seu queixo pontiagudo, triscando em seus lábios altos, mergulhando em seus cabelos rigorosamente lisos...

Ficava ali por horas, com as pontas dos dedos me dedicava a espalhar carinho por todo o seu corpo. Um corpo que se fosse uma bebida, seria uma tequila ou um absinto. Um corpo que se fosse uma paisagem seria o por do sol no mar azul. Um corpo que se fosse um entorpecente, já teria me matado de overdose.

Meus dedos passeando pelo teu corpo era um momento especialmente nosso de calmaria.
Era um momento onde recuperávamos as energias, gastas em mais de 100 mil volts de gemidos, cavalgadas, desejos intensos, arranhão... mordidas, bocas, línguas,coração... saliva, seios,mãos... beijos, pele em atrito e paixão...

Era um momento nosso que aproveitávamos para falarmos de nossa liberdade, de como gostávamos um do outro e de como estávamos profundamente comprometidos em nos consolidarmos como amigos e amantes... Talvez só assim conseguiríamos nos defender de sentimentos que corroem até fazer desmoronar uma relação entre um homem e uma mulher.

Há minutos atrás o fogo misturado em sangue rasgava suas veias, faíscas escapavam de seus nervos, a saliva queimava os seus lábios, seus seios miravam com precisão os meus olhos, seus cabelos estavam por toda parte, seus gemidos me incentivavam a ir mais fundo,a ir mais rápido, a ir mais forte... Com fúria eu a chupei e mordi... e a abracei com gana, com força, com fome, com sede... Desesperadamente desejava nunca mais sair de dentro dela.

Por cima, por baixo, de lado, em pé... mas rápido, mais lento, no ritmo que se quer...
Entre suas pernas estava a minha boca... entre os seus lábios eu entrava e saía, na velocidade que ela me pedia... entre os seus gritos e gemidos, uma respiração forte e um sorriso, o prazer nos dominava!

Quando suas bochechas já estavam rubras, quando não se tinha mais noção de tempo e espaço, quando a cama já tinha andado pelo quarto, quando os músculos não atendiam mais as ordens dos nervos, quando o ar ficava difícil, quando a única coisa que nos separava era o suor, quando as lagrimas caíam de prazer, quando parecia que íamos morrer... Ela fechava os olhos e gozava!

Gozava e depois deitava nua, atravessada por toda cama e eu com as pontas dos meus dedos me esforçava mais uma vez em espalhar carinho por todo o seu corpo.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007


Varizes do tempo

Às vezes me sinto como um toco de cigarro
Na solidão de um toco de cigarro que flutua no resto de álcool
Na sujeira e na bagunça do fim da festa
Em meio ao cansaço dos garçons no final da seresta

Eu lembro da alegria da infância com alegria
Porque ali não via ele!
Estava o tempo todo passando por mim
Mas por muitos anos não o percebi

Na confusão alucinógena da minha adolescência
Nas baladas, beijos, brigas e na perca da minha inocência
Com o barulho do motor dos carros e dos tiros
Descobrindo o calor dos meninos e o sabor do absinto

Eu não notava quando ele passava
Mesmo quando o relógio da casa da minha avó badalava
E apontava que era hora do primeiro emprego
E me levantava às cinco horas da manhã perturbando o meu sossego

Eu tinha dor de dente, eu tinha contas pra pagar
Aparecia as dividas e o dente que doía eu mandava arrancar.
Fui assaltada e algumas vezes vendi meu corpo, vendi a alma pra escapar.
Nascia as rugas, nascia os calos, nascia os filhos pra criar...

E quando fiquei cega de paixão, na vez que pulei no mar...
Depois que já tinha me casado por duas vezes e não sabia o que era gozar.
Quando descobri o topo do prazer e imediatamente depois o fundo do poço...
Nem ali o vi passando, nem depois que ganhei do governo um óculos novo!

O espelho me mostrava os cabelos brancos
Mostrava-me os seios murchando...
Com meus dedos tentava inutilmente corrigir as rugas
Que se propagavam como a cidade... Que me reduzia ao tamanho de uma pulga...

Um dia na varanda sentada e olhando para minhas pernas
Que pareciam um céu repleto de bilhões de varizes
Impactada com a minha mais nova descoberta
Veio-me na cabeça minha vida em represes

Então eu pude vê-lo
Depois de lembrar de tantos amigos que perdi na juventude
Depois de lembrar de tantas alegrias que não me permiti por falta de atitude
Depois de tanto confundir o vicio com virtude

Só agora eu pude vê-lo
Depois de perceber que nesse país nos enganamos de dois em dois anos
Que compramos promessas, vendemos os sonhos e vivemos sem planos
O carnaval anestesia e a cachaça alivia a queda dos dentes e dos meus cabelos brancos

Só assim pude ver o tempo!
Que traga a vida como um cigarro
E sopra a fumaça no vento
E joga o toco no fundo do copo... Que flutua no álcool...

Branco e Seco

Sou branco e seco!
Mas também sei ser, branco e suave.
E se você me excitar ou de alguma forma conseguir fazer meu sangue se agitar
Eu poderei ser tinto... seco ou suave, vai depender do que você quiser comigo!

Quer provar... Então segure esse co(r)po e encha até o limite da sua borda!
Deixe-me entrar em você... Beba-me e sinta o meu calor escorrendo na tua garganta
E me absorva para dentro do seu sangue,assim vou viajando por artérias até chegar a sua mente pra entorpece-la. Aos poucos vou dominando os seus nervos, conseqüentemente os seus músculos que vão se contrair até você sentir que a realidade está mais leve, está mais doce!

Prove-me todos os dias antes de dormir, posso me entregar-te na tua residência ou se quiser podes vir beber em nosso estabelecimento...
Não terás enjôo, nem ressaca e nenhuma dor de cabeça...
Porque sou publico, gratuito e de qualidade!

Mas cuidado...
Que eu posso me tornar o seu vício e então vais me querer toda hora, todo minuto e todo segundo...
Sendo assim não poderei te atender sempre, pois tenho também outras ocupações...
E meu tempo é do tanto de uma garrafa de 1 litro!

Mas também tomarei cuidado, porque em casos muito raros... Acontece do álcool ficar dependente do alcoólatra!

Assim quando você desesperadamente com as mãos trêmulas me beber pra estancar a sua crise de abstinência...
Eu entrarei dentro de ti completamente bêbado, dependente do seu corpo, da tua pele, dos teus cabelos em minhas mãos, da tua boca, do seu cheiro...
Que se mistura com seu sorriso, que se embaraça com os seus gemidos...
Pra terminar e pra começar sempre quando eu te beijar
!