Varizes do tempo
Às vezes me sinto como um toco de cigarro
Na solidão de um toco de cigarro que flutua no resto de álcool
Na sujeira e na bagunça do fim da festa
Em meio ao cansaço dos garçons no final da seresta
Eu lembro da alegria da infância com alegria
Porque ali não via ele!
Estava o tempo todo passando por mim
Mas por muitos anos não o percebi
Na confusão alucinógena da minha adolescência
Nas baladas, beijos, brigas e na perca da minha inocência
Com o barulho do motor dos carros e dos tiros
Descobrindo o calor dos meninos e o sabor do absinto
Eu não notava quando ele passava
Mesmo quando o relógio da casa da minha avó badalava
E apontava que era hora do primeiro emprego
E me levantava às cinco horas da manhã perturbando o meu sossego
Eu tinha dor de dente, eu tinha contas pra pagar
Aparecia as dividas e o dente que doía eu mandava arrancar.
Fui assaltada e algumas vezes vendi meu corpo, vendi a alma pra escapar.
Nascia as rugas, nascia os calos, nascia os filhos pra criar...
E quando fiquei cega de paixão, na vez que pulei no mar...
Depois que já tinha me casado por duas vezes e não sabia o que era gozar.
Quando descobri o topo do prazer e imediatamente depois o fundo do poço...
Nem ali o vi passando, nem depois que ganhei do governo um óculos novo!
O espelho me mostrava os cabelos brancos
Mostrava-me os seios murchando...
Com meus dedos tentava inutilmente corrigir as rugas
Que se propagavam como a cidade... Que me reduzia ao tamanho de uma pulga...
Um dia na varanda sentada e olhando para minhas pernas
Que pareciam um céu repleto de bilhões de varizes
Impactada com a minha mais nova descoberta
Veio-me na cabeça minha vida em represes
Então eu pude vê-lo
Depois de lembrar de tantos amigos que perdi na juventude
Depois de lembrar de tantas alegrias que não me permiti por falta de atitude
Depois de tanto confundir o vicio com virtude
Só agora eu pude vê-lo
Depois de perceber que nesse país nos enganamos de dois em dois anos
Que compramos promessas, vendemos os sonhos e vivemos sem planos
O carnaval anestesia e a cachaça alivia a queda dos dentes e dos meus cabelos brancos
Só assim pude ver o tempo!
Que traga a vida como um cigarro
E sopra a fumaça no vento
E joga o toco no fundo do copo... Que flutua no álcool...
Às vezes me sinto como um toco de cigarro
Na solidão de um toco de cigarro que flutua no resto de álcool
Na sujeira e na bagunça do fim da festa
Em meio ao cansaço dos garçons no final da seresta
Eu lembro da alegria da infância com alegria
Porque ali não via ele!
Estava o tempo todo passando por mim
Mas por muitos anos não o percebi
Na confusão alucinógena da minha adolescência
Nas baladas, beijos, brigas e na perca da minha inocência
Com o barulho do motor dos carros e dos tiros
Descobrindo o calor dos meninos e o sabor do absinto
Eu não notava quando ele passava
Mesmo quando o relógio da casa da minha avó badalava
E apontava que era hora do primeiro emprego
E me levantava às cinco horas da manhã perturbando o meu sossego
Eu tinha dor de dente, eu tinha contas pra pagar
Aparecia as dividas e o dente que doía eu mandava arrancar.
Fui assaltada e algumas vezes vendi meu corpo, vendi a alma pra escapar.
Nascia as rugas, nascia os calos, nascia os filhos pra criar...
E quando fiquei cega de paixão, na vez que pulei no mar...
Depois que já tinha me casado por duas vezes e não sabia o que era gozar.
Quando descobri o topo do prazer e imediatamente depois o fundo do poço...
Nem ali o vi passando, nem depois que ganhei do governo um óculos novo!
O espelho me mostrava os cabelos brancos
Mostrava-me os seios murchando...
Com meus dedos tentava inutilmente corrigir as rugas
Que se propagavam como a cidade... Que me reduzia ao tamanho de uma pulga...
Um dia na varanda sentada e olhando para minhas pernas
Que pareciam um céu repleto de bilhões de varizes
Impactada com a minha mais nova descoberta
Veio-me na cabeça minha vida em represes
Então eu pude vê-lo
Depois de lembrar de tantos amigos que perdi na juventude
Depois de lembrar de tantas alegrias que não me permiti por falta de atitude
Depois de tanto confundir o vicio com virtude
Só agora eu pude vê-lo
Depois de perceber que nesse país nos enganamos de dois em dois anos
Que compramos promessas, vendemos os sonhos e vivemos sem planos
O carnaval anestesia e a cachaça alivia a queda dos dentes e dos meus cabelos brancos
Só assim pude ver o tempo!
Que traga a vida como um cigarro
E sopra a fumaça no vento
E joga o toco no fundo do copo... Que flutua no álcool...
2 comentários:
Gibran, estou super feliz!!!!!
que bom que fez o blog...
nem me avisou! seu traidor!
bjo!
´´...O carnaval anestesia e a cachaça alivia a queda dos dentes e dos meus cabelos brancos...´´
e ainda perguntam o que é carnaval..
e trabalham para um novo carnaval no ano que vem , eu vou a salvador no carnaval!!
eu to só vendo sabendo sentindo escutando..to mi guardando pra quando o carnaval chegar..
=)
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