quarta-feira, 19 de dezembro de 2007


Com as pontas dos dedos

Depois de tudo e de tanto estarmos atracados e entrelaçados
Ela se deitou nua, atravessada por toda cama
Sentado ao seu lado, sobre o silencio que existe nas noites perfeitas
A única coisa que a tocava eram os meus dedos

Por de traz da orelha, roçando a nuca e se misturando entre os cabelos profundamente negros, esquiando pelas costas, contornando as pintas e fazendo leve cócegas, resvalando em suas nádegas, na fenda que as divide e por ali causando arrepios, deslizando em suas pernas, até ir parar nos pés... assim iam meus dedos, assim eu a observava com atenção, enquanto ela quase dormia curtindo o momento pós-gozo.

Das pontas dos dedos dos pés, retornava subindo as canelas, passando pelos joelhos, curtindo suas coxas, estimulando seus lábios baixos,alisando sua barriga, brincando com os seus seios, rodeando os seus mamilos, tocando carinhosamente seus pescoço, destacando seu queixo pontiagudo, triscando em seus lábios altos, mergulhando em seus cabelos rigorosamente lisos...

Ficava ali por horas, com as pontas dos dedos me dedicava a espalhar carinho por todo o seu corpo. Um corpo que se fosse uma bebida, seria uma tequila ou um absinto. Um corpo que se fosse uma paisagem seria o por do sol no mar azul. Um corpo que se fosse um entorpecente, já teria me matado de overdose.

Meus dedos passeando pelo teu corpo era um momento especialmente nosso de calmaria.
Era um momento onde recuperávamos as energias, gastas em mais de 100 mil volts de gemidos, cavalgadas, desejos intensos, arranhão... mordidas, bocas, línguas,coração... saliva, seios,mãos... beijos, pele em atrito e paixão...

Era um momento nosso que aproveitávamos para falarmos de nossa liberdade, de como gostávamos um do outro e de como estávamos profundamente comprometidos em nos consolidarmos como amigos e amantes... Talvez só assim conseguiríamos nos defender de sentimentos que corroem até fazer desmoronar uma relação entre um homem e uma mulher.

Há minutos atrás o fogo misturado em sangue rasgava suas veias, faíscas escapavam de seus nervos, a saliva queimava os seus lábios, seus seios miravam com precisão os meus olhos, seus cabelos estavam por toda parte, seus gemidos me incentivavam a ir mais fundo,a ir mais rápido, a ir mais forte... Com fúria eu a chupei e mordi... e a abracei com gana, com força, com fome, com sede... Desesperadamente desejava nunca mais sair de dentro dela.

Por cima, por baixo, de lado, em pé... mas rápido, mais lento, no ritmo que se quer...
Entre suas pernas estava a minha boca... entre os seus lábios eu entrava e saía, na velocidade que ela me pedia... entre os seus gritos e gemidos, uma respiração forte e um sorriso, o prazer nos dominava!

Quando suas bochechas já estavam rubras, quando não se tinha mais noção de tempo e espaço, quando a cama já tinha andado pelo quarto, quando os músculos não atendiam mais as ordens dos nervos, quando o ar ficava difícil, quando a única coisa que nos separava era o suor, quando as lagrimas caíam de prazer, quando parecia que íamos morrer... Ela fechava os olhos e gozava!

Gozava e depois deitava nua, atravessada por toda cama e eu com as pontas dos meus dedos me esforçava mais uma vez em espalhar carinho por todo o seu corpo.

9 comentários:

Unknown disse...

Tenho um monte de e-mail pra enviar, mas vou ler tudinho...
bjo!

Equipe Ambulância Veterinária disse...

ufa...
ai ai ai!

Anônimo disse...

SEU PORNOGRÁFICO ...

Anônimo disse...

Descobri hoje esse blog e todos os textos tem me agradado, mas esse, em especial, me fez chorar de emoção. Traduziu em palavras o ritmo de cada sensação e a beleza do corpo nu sobre a cama...parabéns poeta!

Anônimo disse...

wow.......menos comportado esse né rsrs
bjos

Anônimo disse...

concordo com o 'anônimo' sobre a tradução minuciosa e perfeita . belo poema, ficam aqui minha admiração e meus parabéns

dedos disse...

humano,"demasiado humano", vivo

Laís disse...

... linda sua capacidade de descrever de forma tão intensa sensações tão humanas...

Patrícia Grilli disse...

uau...